terça-feira, 7 de dezembro de 2021

A máquina pública e o CAD único (07/12/21 GYN)

Somente agora, aos 58 anos, é que estou começando a entender a máquina pública. Um sistema que levou dezenas de milhares de anos para evoluir-se e chegar onde estamos.

Não importa o regime político em que ela está fundada, ela é, e sempre será a “máquina pública”. Um monstro que se esconde sob o manto da governança da “coisa” pública, ou, da coisa do cidadão, do patrimônio do cidadão. Este “monstro” criou para si mesmo uma blindagem que impede os donos de fato (o povo, ou, cidadãos), de interferirem na gestão dos seus próprios bens (a coisa pública).

Enquanto assistia o jornal “Bom Dia...”, às 06 da manhã, deparei-me com uma reportagem em que um secretário tentava explicar porque os cidadãos não conseguiam realizar suas inscrições no Cadastro Único, do governo federal.

Bom, começamos pela falta de estratégia, planejamento, treinamento do pessoal para atendimento, criação de impedimentos, desorganização, desinteresse, e muito mais que não quero, nem precisa enumerar aqui.

Uma fila quilométrica de pessoas, gestantes, anciãos de todas as melhores idades, jovens, gente gorda, magra, doentes, cadeirantes, etc. Expostas ao tempo instável, sobre o chão batido ou sobre calçadas quebradas, esperando para serem atendidas por dois funcionários assentados em cadeiras de “boteco”, daquelas doadas por cervejarias, atendendo em mesinhas de “boteco”, isto no período incansável das 08 da manhã até ao meio dia, brincadeira! Que empresa privada tem tal atendimento? Nem as bancas de “jogo-do-bicho”, até mesmo a marginalidade do trafico trata seus clientes com mais eficiência do que o que vi hoje pela manhã.

Pior, foram as desculpas dadas pelo secretário da pasta, que nem sei de onde saiu, um engomadinho destes recém saídos dos concursos públicos, ou talvez contratado pela atual gestão, destes que não sabem o que é pobreza, exclusão social, limitação funcional, fome, e outras carências. Pois, estes engomadinhos tiveram berços que os possibilitaram não passarem pelas fraquezas destes mortais que vivem de fila em fila, chegaram aos seus cargos porque foram privilegiados por virem de famílias abastadas, por terem elevado “QI” (Quem indica), e agora fazem parte deste processo do monstro social que devora o cidadão. É bem verdade, que nem todos os funcionários públicos fazem parte desta milícia dominantes da máquina pública, há muita gente do bem e que pensa nos seus patrões (o povo), antes de pensar em si mesmo.

Com ênfase no seu trabalho, o engomado destacou a criação de um aplicativo, porque agora o “boom” do momento, para enfatizar que o sujeito é preparado pa administração de qualquer coisa, ele tem que possuir o destaque de ter criado o “aplicativo”, que não passa de uma forma de transferir para o coitado do usuário a responsabilidade do fracasso. Se nada der certo é porque ele não sabe usar o aplicativo, não sabe baixar o aplicativo, não sabe instalar o aplicativo, não sabe acessar o aplicativo, o celular não tem capacidade para rodar o aplicativo, a internet não suporta o aplicativo, a internet está travando o aplicativo, a empresa que criou o aplicativo não destravou o aplicativo, o site da hospedagem do aplicativo está com problemas, e por ai vai...

Os próprios funcionários atendentes, não conseguem administrar o tal aplicativo, imagina as pessoas que nem sabem ligar um computador, mal dão conta de falar ao celular? Transferir a responsabilidade de atendimento aos próprios usuários, é o mesmo que o empregado dar as ordens ao patrão.

Chega!!!

Já deu!!

Está passando da hora de mudarmos o rumo desta proza... A população deve pronunciar-se em favor destes cidadãos que não podem mais viverem escravos destes arranjos ineficazes dos governos federais, estaduais e municipais.

Sei que minha fala é quase nada neste labirinto de abuso que se tronou a máquina pública, mas, ainda que não possa resolver tudo, poderei ser ouvido por alguém que, no futuro ou no presente, muito poderá fazer pelo povo que tanto precisa!

Temos pressa, ajude o povo do seu tempo e o povo dos tempos seguintes!


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